Pontapé p'ra frente
sábado, 30 de janeiro de 2010
A jornada
O herói da jornada
[...]e aos costumes disse nada[...]
Mais do mesmo.
Se o Braga/Sporting e o Benfica/Guimarães foram jogos sem casos, o jogo Nacional/Porto foi um fartote de riso!
Contrariamente ao que Jesualdo Ferreira disse não foi o Porto que tornou fácil o previsivelmente difícil. Esse mérito cabe, inteiro e por direito, a Carlos Xistra.
Dizem as más línguas que conseguiu "contrato" para arbitrar todos os jogos entre o Nacional e o Porto. Não me lembro de nenhum concurso público ter sido aberto e, por isso, é desconhecido o valor de contrato.
O que se passou na Madeira hoje é muito mau... mas não é surpreendente.
O duelo de sporting's, em Braga, pareceu-me o duelo de duas equipas na expectativa de ver o que acontecia...
O Sporting, de Lisboa, mostrou não ter meio-campo - não pressiona, não retém as jogadas do adversário nam sequer consegue construir.
É uma equipa razoável, num mar tempestuoso, a bordo de uma traineira. Tudo muito frágil. As (não sei quantas...) vitórias consecutivas só convenceram os incautos.
O Sporting, de Braga, é, na minha opinião, uma equipa mediana, compacta, bafejada pela sorte. Parece-me a equipa do Porto que, há muitos anos, organizativamente, dentro e fora do campo começou a questionar a liderança do Benfica no panorama nacional. Essa equipa do Porto, muito dura de roer, blindada, com suporte de rectaguarda (sabe-se lá até onde...) jogava forte e feio. Foi equipa que não se coibiu durante alguns anos de nos jogos mais dificeis e importantes (nomeadamente com o Benfica) jogar 90 minutos á defesa. Não era a beleza o objectivo mas os resultados... e foi eficaz. Terrivelmente eficaz. O Braga optou pelo mesmo sistema e está a obter resultados. No jogo de ontem, sabendo que iria ser difícil, uniu-se, compactou-se e voltou a ter sorte - remate, ressalto... e golo. Como já aconteceu muitas vezes neste campeonato. A vitória não é questionável porque foi justa.
Do Nacional/Porto nem vale a pena falar... o essencial foi dito! O Porto continua sem conseguir, na verdade, convencer ninguém, nem os próprios adeptos. Estes estão á espera que apareçam alguns maus resultados para se verem livres de Jesualdo Ferreira e aclamar Domingos Paciência. O Porto, como o Sporting, sofrem este ano de um síndroma - o despertar do Benfica. Não estava previsto. Nem sequer o facto de o Braga ter, durante tanto tempo, a estrela da fortuna do seu lado. Também não estava previsto. E, por isso, as crises.
O Benfica/Guimarães foi um bom jogo. Jorge de Sousa gosta de inventar mas não teve muitas oportunidades para o fazer. Ganhou aquela que foi a melhor equipa nas quatro linhas.
Último apontamento para os comentadores televisivos do nosso futebol...
Conseguem ser mais facciosos que Pinto da Costa.
É impressionante a quantidade de orgasmos que conseguem durante um jogo de futebol. Entram em transe sempre que o Porto (ou os adversários do Benfica e Sporting) ultrapassam a linha de meio-campo e caem para o lado quando chegam a meio do meio-campo adversário.
O pior é que partem do princípio que todos os tele-espectadores são incapazes de pensar, não possuem espirito crítico e, por consequência, olham para o televisor com óculos escuros, espelhados, e bengala nas mãos. Como os maus contadores de anedotas, sentem-se na obrigação de as explicar... como se fossemos incapazes de perceber ou tenhamos que ter um teleponto para sabermos quando devemos rir...
Quando, como aconteceu hoje, com o penalty contra o Porto que só Carlos Xistra não viu e têm que admitir que o árbitro errou, fazem-no tão discretamente e num tom de voz tão sumido... que a vergonha que sentem (e que o patrão impede, por certo, de exteriorizar) parece ser um pedido de desculpas...
Antigamente ainda se tirava o som e ligava-se TSF... mas agora é tudo do mesmo!
E estamos assim...
Resta saber se merecemos, face, aos nossos "brandos-costumes" mais do que esta mentira piedosa... que nos faz sorrir.
O mesmo sorriso, crítico, trocista, de confissão da mais completa inutilidade de dizer o quer quer que seja, que vems espelhado na cara de profissionais de futebol quando "amadores do apito" flagrantemente gozam com o seu esforço e a sua honestidade.
65 anos de "A Bola"
Posso dizer que este jornal é uma referência na minha vida.
Aprendi a juntar as primeiras letras nas suas primeiras páginas.
Foi nas suas páginas que me aprecebi que o mundo era grande, muito maior que a "paróquia" de Salazar.
Que o desporto era, acima de tudo, uma escola de virtudes.
Que para perceber o mundo que me rodeava era preciso ler as entrelinhas.
Li grandes glórias e a explicação de muitas tristezas.
As segundas, quintas e sábados eram dias ansiosamente esperados.
Aprendi a ver o mundo com tolerancia e respeito nas suas páginas e nas palavras dos seus jornalistas.
Foi "A Bola" o primeiro jornal que comprei e li na Marginal de Luanda no longinquo ano de 1973.
65 anos depois de ter entrado pela primeira vez nas rotativas, continua a ser uma referência no panorama dos media portugueses.
Parabéns.
sábado, 23 de janeiro de 2010
Vómito
Uma pequena franja de adeptos do futebol é absolutamente incapaz de ver algo mais longínquo á sua frente que a ponta do seu próprio nariz.
São esses adeptos que, secundando dirigentes do mesmo jaez, são capazes de caucionar comportamentos sociais e desportivos como aqueles que as famosas escutas publicadas no YouTube retratam...achando normalíssimo que tal ocorra e não conseguindo ver qualquer ilícito.
Este fenómeno social e comportamental foi magistralmente demonstrado há alguns dias atrás na rubrica Pessoal & Transmissível, da TSF, quando Carlos Vaz Marques entrevistou o investigador universitário Dan Ariely.
As escutas publicadas não são outra coisa que a espuma putrefacta e visível que se forma á superfície desta enorme ETAR a que foi dada o nome de Portugal.
Pior, é um escarro na face de todos os portugueses, a que nenhuma autoridade judicial ousa pôr cobro.
Os actores desta tragicomédia conseguem, pasme-se, que estas provas não sejam admissíveis e, dessa forma, a sociedade, representada pela sua JUSTIÇA, liberta-os, não formaliza culpa e não os leva a julgamento.
O edifício judicial em Portugal ruiu.
Estava em ruínas... e todos o sabíamos.
Não foi preciso que acontecesse aqui o mesmo que em Port-au-Prince para pôr a nú a falta de solidez do edifício legal e a incapacidade de reacção.
Aquilo que se torna óbvio para o cidadão comum não o é para a justiça
Não obstante isso, a justiça não consegue apresentar provas que incriminem estes ou outros cidadãos.
A democracia está doente, muito claramente.
Não escapa ao olhar mais desatento que o cidadão comum não tem defesa possível perante os atropelos e desmandos de que é vítima, enquanto os seus carrascos - indivíduos ou organizações - possuem legalmente todas as garantias de defesa.
A justiça para com todos os cidadãos é um dever do estado democrático que, no entanto, não pode confundir...vitimas com infractores.
E o estado não cumpre o seu dever!
Pouco me importam os nomes envolvidos...
Este espaço não existia no tempo de Vale e Azevedo, como não existia no tempo do Calabote... ou em todos os outros tempos em que os beneficiados e prevaricadores foram outros.
O cidadão comum apercebeu-se, com provas na voz dos intervenientes, da teia de pressões, mentiras, tráfico de influências e deturpação da verdade desportiva que foi erigida.
É inacreditável que a justiça desportiva compreenda o jargão utilizado, puna as acções correspondentes e o direito penal seja incapaz (ou impedido) de chegar a conclusões similares.
Até seria "compreensível", seria até "aceitável" que numa primeira análise os tribunais chegassem a conclusões óbvias ao invés da justiça desportiva, uma vez que esta estaria dominada pela teia habilmente criada ao longo das ultimas três décadas.
Mentira!
As leis que regulam o estado democrático são incapazes de demonstrar a mínima eficácia.
Não é espantoso que tal suceda sabendo-se que há deputados que comemoram esta farsa justamente com o personagem central destas escutas.
Não é segredo para ninguém que a justiça não defende os mais pobres e injustiçados.
Sabe-se que a justiça serve os poderosos e não há coragem de combater os corruptos onde quer que estejam, qualquer que seja a roupa que vistam ou a bandeira que empunhem.
Mais que a justiça é um país que fica envergonhado no meio deste episódio.
Ninguém alguma vez duvidou que o mundo do futebol era o que fica demonstrado.
As escutas publicadas no YouTube são um vómito.
Que haja a coragem de a justiça limpar o vómito colectivo e de tomar as medidas correctivas e prevetivas que evitem mais repetições do escândalo.
Este país que, movimentado pelos mesmos "jornalistas" e pressionado por identicos acessores, apenas tem capacidade para discutir localização de aeroportos, traçado de TGV, traçados de autoestradas e de se unir contra Sócrates vai ter que engolir este elefante.
Da próxima vez que alguém me vier com "conversas da treta" sobre Sócrates vou sarcásticamente inquirir a preferência clubistica e posição perante este caso.
Se encontrarem alibi para este não conseguirão encontrar motivo para condenar aquele.
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sábado, 16 de janeiro de 2010
Mais... do mesmo
Porto / Paços de Ferreira
Ainda o jogo vai a meio e já o árbitro está a ganhar (em quantidade de asmeiras)!
Um golo mal invalidado ao Porto, lançamentos e cantos marcados ao contrário... uma festa!
Vamos ver o que dá o resto do jogo.
O Paços de Ferreira foi uma bela surpresa mas a resistência evidenciada vai ter custos.
O Porto continua a funcionar como rolo compressor mas apenas á base de força... sem ideias.
Segunda parte com mais... do mesmo.
Da surpresa agradável que continuou a ser o Paços de Ferreira.
Do mesmo rolo compressor, sem ideias e indisciplinado que foi o Porto.
A mesma nulidade que foi o árbitro. Se com o Leiria a vítima foi o guarda-redes, aqui a vítima foi Ozeia.
De acrescentar que o fim do jogo fez-me lembrar um célebre jogo na Luz entre o Benfica e o Leixões. O Benfica ganhou porque o árbitro estava a gostar tanto do jogo que não o ueria acabar. Parece-me que se o Benfica não tem ganho ainda hoje estavam a jogar!
Assim me pareceu hoje o final do Porto/Paços de Ferreira. Nada justificava 5 minutos de prolongamento... e esse tempo acabou por ser extendido.
Só o facto de Rui Costa estar fragilizado por tanta asneira impediu que Raul Meireles fosse tomar banho ligeiramente mais cedo.
O costume... grandes jogadores com doutrina intragável de falta de desportivismo e de mau-perder (um clássico!).
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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Ser... benfiquista
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domingo, 10 de janeiro de 2010
Jogo de guardiões... e do árbitro, claro!
Porto 3 / U Leiria 2
Mais um jogo em que o árbitro é o craque.
Arbitrou de forma inteligente.
Reduziu a 10 a equipa de Leiria quando esta procurava o empate e nun lance em que "por qualquer razão" viu demais onde outros - históricamente - sempre viram de menos.
Verdade é que os guarda-redes andaram ao papel.
Helton é mal batido e Djuricic andou á deriva, além de se fiar no golpe de vista.
O primeiro acabou por se redimir nos ultimos instantes da partida ao ter a sorte de se lançar para o lado certo e de a bola ter-lhe embatido no corpo com a uma velocidade "estratosférica"; o segundo acabou por não sair como réu mas como vítima, mercê da extraordinária "visão" de Elmano Santos.
Ronny que tinha feito um excelente jogo e podia ter saido em ombros... acabou por ser o coveiro da equipa ao optar pela força bruta no remate fatal em detrimento da técnica.
Enfim... o Porto tem obrigação de fazer muito melhor sem estar a contar com auxílios de intervenientes em campo ou sem a ajuda divina de "Nossa Senhora dos Aflitos".
Sugiro a contratação de substituto para Hulk (aqui).
sábado, 9 de janeiro de 2010
CAN 2010
Começou mal... muito mal, antes mesmo de ter começado.
A ausência de resolução para um problema político motivou (não justificou) acção por parte da FLEC.
Que estes problemas devem ser resolvidos politicamente, não há dúvida.
Que na falta de solução política não devem ser os civis a pagar as custas do problema, não há a mínima dúvida.
Que a violência se abata sobre desportistas, ainda por cima completamente a leste do conflito... é absolutamente inaceitável.
O evento fica manchado de sangue e a verdade desportiva, na ausência da equipa do Togo, não será representada.
Espera-se que a competição possa prosseguir sem mais incidentes.
Africa e o futebol merecem-no.
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